Os escritores brasileiros enfrentam um grande desafio quando desempenham seu trabalho. Além de viverem em um país com poucos leitores, também precisam lidar com o analfabetismo e com o analfabetismo funcional.
De acordo com um levantamento realizado em 2018 pela ONG Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro, cerca de 30% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são considerados analfabetos funcionais.
Isso significa que três em cada 10 pessoas no Brasil reconhecem letras e números, mas não conseguem nem entender textos simples, nem fazer contas mais complexas. E os mais velhos (aqueles com idade entre 50 e 64 anos) são os que mais sofrem com isso.
Diante dessa realidade, é possível notar que, a depender da mensagem que se deseja transmitir, quem escreve possui a grande responsabilidade de manter a clareza, tendo em mente que a população, de uma forma geral, precisa de ajuda para compreender o que outras pessoas escrevem.
Qual a taxa de analfabetismo no Brasil?
Muita gente sabe que o Brasil ainda é bastante afetado com a questão do analfabetismo, porém os números que englobam essa realidade não são tão conhecidos assim.
Você sabia que o país conta com 11 milhões de analfabetos (pessoas de 15 anos ou mais que não são capazes de ler e escrever nem ao menos algo simples)?
Isso mesmo! Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, de 2019, a taxa de analfabetismo no Brasil é de 6,6%. E, mesmo com uma indicação de queda, já que em 2018 a taxa era de 6,8%, ainda é preciso muito trabalho para reverter essa situação de falta de cidadania.
Quando se considera uma pessoa no nível de analfabetismo funcional?
Quando o assunto é analfabetismo funcional, algumas definições também são interessantes de serem discutidas. O Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), por exemplo, traz certos conceitos relevantes nesse sentido, com uma escala de proficiência sendo dividida em cinco níveis: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário e proficiente.
Os analfabetos funcionais fazem parte do grupo dos níveis analfabeto e rudimentar, sendo considerados analfabetos aqueles que não conseguem ler palavras ou frases, mas identificam números como telefones, moedas, horários ou preços, e sendo considerados rudimentares aqueles que dominam textos simples, mas não conseguem concluir algo depois da leitura.
Nas categorias elementar, intermediário e proficiente, estão os funcionalmente alfabetizados. Quem está no nível do alfabetismo elementar consegue fazer cálculos, comparações numéricas e de textos e entender tabelas simples. Já quem está no nível intermediário consegue resumir diferentes tipos de texto e sabe porcentagens. Quem é proficiente está no nível mais alto dessa escala, conseguindo emitir opiniões sobre estilos de escrita, interpretar gráficos e elaborar textos de maior complexidade.
Com todas essas denominações, fica ainda mais evidente que a escrita apresenta diferentes tipos e graus de compreensão, não é mesmo?
Ferramentas que podem ajudar os escritores
Tendo o cenário do analfabetismo funcional como base, os escritores brasileiros devem levar muitos fatores em conta na hora de produzir suas obras, dando ênfase, principalmente, ao fato de se elas estão legíveis e compreensíveis.
Pensando nisso, algumas plataformas funcionam como verdadeiras bússolas nesse sentido. A Hemingway, por exemplo, serve justamente para verificar se há clareza e se o texto está escrito de uma maneira simples, para que as pessoas entendam sem dificuldade.
Isso tudo pode ser constatado por meio de uma nota, que pode ser obtida depois de se inserir o texto na plataforma. O ideal é que ela seja 6. Quanto mais próximo disso, mais claro o seu texto vai estar.
Apesar de ser estrangeira, a ferramenta também funciona bem com o português, com várias sugestões do que pode ser melhorado, avisando inclusive se a gramática está em dia. Além de ser um editor de texto, ela oferece várias dicas de como aprimorar a escrita.
Lembre-se que esse aplicativo é gratuito e também possui uma versão para desktop, por isso pode ser usado por todos aqueles que têm por finalidade produzir textos capazes de serem compreendidos pelo maior número de pessoas.
Outros softwares para escritores também podem ser uma mão na roda, funcionando como grandes aliados no processo criativo; por isso, não deixe de dar uma olhada neles antes de começar a escrever.
Agora, se você escreve bastante e não tem tanto tempo para revisar e fazer algumas análises mais profundas sobre o seu texto, saiba que pode contar com a nossa ajuda. A Mundo Escrito tem uma equipe especializada em Revisão de Textos e pode o auxiliar no que for necessário.
“Ler é poder”, assim bem observou o poeta. As diversas realidades do Brasil onde podemos classificar a língua em dialetos, ler é a chance de poder reivindicar e tentar exercer a cidadania. Só a Educação pode salvar um país com a extensão territorial como nosso em que a distribuição de renda e as oportunidades são tão desiguais.
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