Há três anos escrevemos o post algumas dicas para escrever bem, com macetes para otimizar o trabalho do escritor. Neste novo artigo estamos compartilhando outras informações valiosas, adquiridas a partir de estudos e muita prática.
Dica fundamental: a mensagem é a essência de cada texto
Jamais escreva um texto (absolutamente nenhum!) que não transmita uma ou mais mensagens, a menos que não deseje torná-lo público.
Você pode treinar sua escrita todos os dias, até adquirir segurança suficiente para manejar palavras à vontade, de acordo com seus objetivos. O bom escritor é capaz de desenhar imagens mentais utilizando o contorno das palavras.
Quando estiver mais seguro peça a outras pessoas que leiam seus escritos e fique atento se elas compreendem sua mensagem. Mas (lembre-se disso!) já li um artigo em que o autor instruía não importunarmos os nossos amigos. Então, recomendo que você primeiro procure se certificar se o seu texto está inteligível, antes de pedir que alguém faça isso.
Escrever é como falar. Já observou que é quase impossível entender o que uma pessoa diz quando fala sozinha? Quando você se arrisca e pergunta o que ela disse, ouvirá dizer-lhe apenas que estava “pensando alto”. Mas monólogos, realmente, só fazem sentido para uma pessoa.
Entretanto, quando falamos para uma ou mais pessoas, precisamos conversar de maneira satisfatoriamente clara, seja perguntando, respondendo, informando ou simplesmente expressando um pensamento ou sentimento. Poderíamos então dizer que escrever um bom texto é como ter uma boa “conversa”, só que de maneira escrita.
Existem diversos perfis de conversa: filosófica, poética, comercial, informal. Ao escrever para cada público, o escritor deve evitar discorrer sobre assuntos que não estejam bem relacionados com a escolha do seu tema – a menos que de fato deixe o texto mais interessante.
Para um bom escritor, cada assunto por ele dominado pode ser discorrido de diversas formas; com novas abordagens e insights, ele o transmite todo através de seus textos. É capaz de criar blocos de raciocínio lógicos e falar sobre o assunto do nível básico ao mais avançado.
Vale explicitar que neste texto nos referimos ao termo “informação” conforme a definição do Houaiss: “um conjunto de conhecimentos reunidos sobre determinado assunto ou pessoa” [1].
Para quem você escreve?
Existem diversos perfis de leitor. Uns são práticos, outros mais reflexivos; uns racionais, outros emotivos. Dentro de cada perfil de leitor existem diversos nichos. Um público de leitores pode se subdividir ou se unir a outros grupos correlatos. Por exemplo, os leitores de textos sobre esporte têm grande probabilidade de consumir produtos esportivos.
Não importa para quem você escreva, o que o leitor mais espera de cada texto são as informações relevantes a respeito do que ele busca. Portanto, um escritor completo deve possuir pelo menos três características:
- Domínio da arte de escrever.
- Está sempre bem informado a respeito dos assuntos de sua área.
- Capacidade de encantar seus leitores servindo sempre como uma fonte de inspiração e informação relevante.
Outras dicas
Escolha uma área que mais deseje explorar, fazendo disto o seu trabalho. Recomendaria que primeiro fizesse uma leitura abrangente sobre os assuntos básicos dessa área. Assim criará uma imagem mental (pelo menos um rascunho) que dará outras perspectivas e ajudará muito na tomada de decisão sobre o que fará daqui pra frente.
Depois da leitura abrangente, procure dominar um assunto dessa área de cada vez. Após ter explorado um assunto suficientemente, estude outro.
Antes de iniciar uma redação, convém estabelecer na mente, ou anotar num papel à parte, quais mensagens seu texto deverá passar. Você deseja responder a alguma questão? Se sim, a resposta deverá ser completa. Se quer convencer a alguém de algo, coloque-se mentalmente diante de uma pessoa que inventa saída para todos os seus argumentos e procure enfrentá-la ali, no texto.
Após escrever seu texto, releia-o todo. Jamais entregue (ou publique) um texto a alguém sem pelo menos ter feito duas releituras. Em muitos casos, duas não serão suficientes. Não é à toa que inclusive os best-sellers têm reedições. E essas não acontecem somente para atualizar o contexto da obra, mas também para corrigir alguns problemas textuais.
Um texto perfeito é escrito com devido cuidado em relação às normas gramaticais, mas com extremo zelo quanto à passagem da informação. Não adianta uma estrutura textual em que a ortografia, a gramática e a pontuação estejam corretas, se a mensagem não estiver clara e completa para os leitores de uma área. Em última análise, a adequação gráfica, pontuação, acentuação e outros aspectos da gramática são submissos à passagem da mensagem.
Veja-se a escrita publicitária, por exemplo. Em meio a tantas ofertas cuidadosamente criadas para estimular o consumo, faz-se necessário o uso de artifícios inteligentes para se destacar. Até a quebra da lógica é constantemente utilizada para chamar a atenção e, assim, conseguir comunicar uma mensagem.
O melhor escritor é aquele que se funde com sua própria mensagem e a torna única. A esse escritor, todos querem seguir. Em grande escala, quanto mais segmentada for a sua mensagem, menos escritores falarão dela e mais exclusivamente você suprirá sua demanda.
O assunto é inesgotável e inspirador. Para um post, já é hora de ficarmos por aqui. É claro que, novamente, no futuro o assunto será retomado!
[1] Houaiss Eletrônico, versão Monousuário 3.0, 2009. Definição de número 3 da palavra “informação”.