A internet, embora seja uma plataforma virtual, influencia diretamente o mundo físico e a própria humanidade através das relações virtuais. Já poderíamos até dizer que a consideramos uma extensão do nosso mundo. Por meio dela inclusive é mais fácil exercer alguns aspectos da cidadania democrática: ela nos dá liberdade de escolha, permite-nos ir e vir e até expressar pensamentos livremente, talvez de uma maneira mais audível do que no mundo físico.
Sua história já conta pouco mais de meio século. Graças a essa tecnologia, muito tempo e espaço têm sido poupados. A equipe Mundo Escrito, por exemplo, é formada por membros que trabalham em suas respectivas casas-escritórios. Nosso ambiente de relacionamento é basicamente a internet e o telefone.
O surgimento da internet trouxe uma gama de novas possibilidades para a humanidade. Sua evolução teve muitos detalhes além dos que darei aqui. Utilizarei links da Wikipédia e de outros sites respectivos a cada assunto para aqueles que desejarem mais informações. Este post não tem valor histórico; minha intenção é expor como tenho percebido a dinâmica da evolução da internet sob a perspectiva da relação virtual humana.
A excelência das relações virtuais demanda tempo
Desde o surgimento da internet, diversas formas de relações virtuais têm sido criadas; isso demonstra que ela pode ser ainda muito explorada. Diversas melhorias precisam ser feitas para dinamizar a transmissão do conhecimento e transformá-la num ambiente ideal à interação humana. Mas ainda se faz necessário mais segurança, mais acessibilidade para as pessoas com menor poder aquisitivo, mais fiscalização, mais legislação etc.
Lembro-me que quando comecei a acessar a internet, por volta de 1997, a conexão era discada. Havia a necessidade de uma linha telefônica para realizar a conexão. Aos que conheceram esse tipo de conexão e desejarem se recordar, eis a gravação do som produzido por um modem dial up a cada tentativa de conexão.
Amigos e familiares se comunicavam por emails e programas como ICQ e similares. Quando queriam conhecer outras pessoas e se relacionar com grupos maiores, utilizavam o Mirc e outros programas similares.
A interação grupal mais atraente de minha época era o chat (conversas em salas virtuais segmentadas por cidades, idade, religião, namoro e outros interesses particulares). Também faziam sucesso os grupos virtuais do Yahoo e, posteriormente, os do Google. Esses grupos, que ainda persistem, aos poucos estão se extinguindo. As mensagens compartilhadas neles são enviadas aos emails dos membros e também podem ser visualizadas acessando a página do grupo. Mas os anexos das mensagens só são recebidos por email. Também já existiam alguns blogs e fóruns de discussão.
Em 2004, com a chegada do Orkut, as relações virtuais passaram a acontecer “de cidadão para cidadão”, e não mais necessariamente de membro para membro. Nos próximos parágrafos explicarei isso melhor. No Orkut, as pessoas não mais se relacionavam ligadas por um interesse específico. Ele se transformou num drive da própria sociedade.
Antes do Orkut, as relações virtuais nas salas de bate-papo dependiam apenas de um nick (apelido); ao sair, a individualidade se desfazia. Havia grande possibilidade de a mesma pessoa utilizar diversas máscaras virtuais ao mesmo tempo. Isso ainda é possível, claro, mas a minha intenção é evidenciar que o ambiente virtual é, hoje, praticamente um espelho do mundo físico.
Os grupos do Yahoo e do Google já permitiam a criação de um perfil, mas, nesses grupos, as pessoas se associavam sempre com foco em um assunto específico. Além disso, há o moderador que filtra as mensagens enviadas pelos membros; nos fóruns de discussão, também. Só era possível se comunicar livremente utilizando email, chat ou programas ICQ, Mirc, MSN Messeger etc.
No Brasil principalmente, o Orkut foi adotado por toda comunidade que acessava a internet. Mas não demorou e os “orkuteiros” migraram para o Facebook. Não sei dizer exatamente o que levou o Facebook a superar o Orkut, mas ouvia sempre as pessoas explicando que o Facebook era internacional enquanto o Orkut só fazia sucesso no Brasil. Surgiu também o Twitter, que não pretendia disputar com o Facebook, pois sua função de interação era mais ligada à passagem de curtas informações.
Graças às redes sociais, um ponto final foi colocado no interesse das pessoas pelos chats. Fiz agora uma pesquisa e vi que os portais Terra e Uol ainda estão ativos. Mas devem estar sendo utilizados atualmente da mesma forma que o Orkut…
Como as redes sociais passaram a oferecer a cada membro a customização de um perfil pessoal, em suas plataformas estão sendo impressas as personalidades de cidadãos físicos no mundo virtual. Dessa forma as pessoas estão assumindo as suas individualidades, e, de alguma forma, comprometendo-se mais com o que dizem e compartilham.
Às redes sociais, especialmente ao Facebook, foram integrados diversos recursos de comunicação que antes eram utilizados separadamente: chat, voz, vídeo; e também os grupos, comunidades, fan pages etc.; tudo isso, mais a possibilidade da configuração de um perfil pessoal, fez com que as pessoas se sentissem mais conectadas num ambiente que espelha a própria sociedade, onde cada qual se relaciona e se expressa à sua maneira, revelando a própria personalidade publicamente.
Atualmente o formato de ensino à distância (EAD) é reconhecido pelo MEC. Há vários cursos universitários realizados quase cem por cento pela internet. Com uma conta de usuário gratuita do Google, é possível fazer uma palestra online (hangout) para centenas de pessoas. A telefonia já é um elemento do mundo físico que se relaciona quase que perfeitamente com a internet (VOIP).
Para se conectarem, as pessoas já não precisam estar obrigatoriamente em um local fixo, pois a internet se integrou completamente com os dispositivos eletrônicos e celulares. Por tudo isso, o mundo físico e o virtual já estão completamente misturados. Um já depende do outro! Onde você está agora? Na internet ou no mundo físico? 🙂
Olá Axel! Excelente retrospectiva! E a Intenet continua quebrando barreiras e tornando tudo mais acessível. Gd abraço!
Sim, Lilia!
E é interessante como as revoluções estão sendo tão rápidas.
Um abraço!