Esta é uma leitura macabra. Cada vez que lemos alguma coisa que nos proporciona novos conhecimentos, nos transformamos. Contudo, esse processo nem sempre é “um mar de rosas”. Portanto, se a leitura pode causar transformação, também pode oferecer desconforto. É justamente aí que mora o paradoxo desse jogo. Não importa o quanto alguém possa ser criterioso ao escolher o que vai ler, pois a vulnerabilidade continuará sempre rondando e perscrutando seus caminhos..
Pode-se optar por temas, autores, coleções, e até adotar miríades de critérios. Mas a leitura, por si só, é uma caixa de surpresas. Se não o fosse, que graça haveria no trabalho de ler algo tão familiar? Por mais prazeroso que um texto já conhecido possa ser, um dia a memória o destrói, e o engole sem deixar qualquer fantasia. A leitura é um jogo; e como tal, não é sempre que se consegue vencer.
Tocaias literárias…
Em cada entrelinha pode estar armada uma tocaia literária – uma leitura macabra – até mesmo numa escritura sagrada! Exatamente aí, você pode encontrar o que lhe é indesejável e que muito o amedronta! Não adianta querer escapar agora, pois neste momento a sua curiosidade lhe guia. Você pensa que escolhe sempre o que vai ler. Mas ninguém consegue viver apenas de leituras escolhidas. Você precisa também de novas informações, para manter-se vivo, e estas só podem ser encontradas nos textos que ainda não leu…
Eu já sei o que muito o amedronta (porque a mim também). Deveria eu revelar-lhe tal segredo, sabendo que inevitavelmente tanto desconforto causaria? Conhecendo-o, certamente você irá querer fugir, mas, devo dizer-lhe de antemão, não conseguirá!
Muitos afirmam que desejam descobrir tal segredo, mas cada passo seu pode estar a um triz de consegui-lo – e descobrindo-o não sobreviverá. Não sou aquele que existia até que tal segredo descobriu, pois, quem lhe escreve precisou matá-lo. Esse segredo é um implacável assassino. Ele pode estar em qualquer parte, inclusive à sua frente, olhando para você e esperando apenas que o veja, para fatalmente golpeá-lo.
E agora eu lhe pergunto: você quer mesmo conhecê-lo? De verdade? Pois não: ele é a Verdade!
A leitura macabra e a moral da estória
nem todos desejam, de fato, lidar com a verdade. A maioria prefere viver no “conforto” da ilusão; entregue às mesmas crenças, aos mesmos hábitos, aos mesmos gostos e à mesma vida mesquinha. Quando se deparam com uma situação que os força a escapar desse estado, voltam imediatamente ao ponto zero, pois sabem que para alcançar uma vida realmente nobre será preciso, antes, abandonar as “roupas molambentas” da mesmice.
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