Você usa linguagem simples ou “fala difícil”?
Neste post falaremos de algumas confusões frequentes na fala e, consequentemente, na escrita de muita gente. A língua portuguesa realmente é riquíssima e complexa! Se mesmo para os que falam bem é fácil cometer erros, quão mais deve ser para os outros? E para um estrangeiro?
Parônimos são cruéis!
Os parônimos, isto é, aquelas palavras com escrita e pronúncia muito parecidas, mas com significados diferentes, são grandes causadores de confusão.
Já vi confusão entre parônimos inclusive em discursos de pessoas consideradas cultas. Um exemplo? A palavra “desmitificar” é muitas vezes trocada por “desmistificar”. Elas têm significados diferentes. Vejamos:
Desmitificar = desfazer o caráter mítico (mito).
Desmistificar = desfazer o caráter místico (misticismo).
A palavra “mito” representa a exposição alegórica de uma ideia, doutrina ou teoria filosófica[1]. Muitas vezes é também utilizada figurativamente como boato..
A palavra “místico” é relativa à vida religiosa e contemplativa. Tem a ver com experiência sobrenatural, com o divino, o espiritual.
Talvez você já tenha ouvido alguém dizer que “o tapete absolveu o líquido vagarosamente”, quando, na verdade, queria dizer “o tapete absorveu o líquido vagarosamente”. Ou quiçá já tenha ouvido um amigo narrar que certo político, ao passar pela sua casa, “lhe fez um leve comprimento”; na verdade ele queria dizer que o político “lhe fez um leve cumprimento”. São muitos os parônimos: tráfico/tráfego, infligir/infringir, flagrância/fragrância, soar/suar, distratar/destratar, diferir/deferir e vários outros equívocos!
Entretenimento ou entreterimento?
Até em endereço de site já vi utilizarem a palavra “entreterimento”! Mas (lembre-se disso!) a palavra “entreterimento” não existe. Só existe entretenimento e sem parônimo.
A palavra “entreter” carrega em si um motivo que leva muita gente a errar – termina com a letra erre.
Privilégio ou Previlégio?
Não é difícil ouvir pronunciarem erradamente essa palavra… Previlégio não existe. Só existe privilégio.
É melhor falar de maneira simples do que “falar difícil”!
Usar palavras difíceis – pensando conhecer seu significado – para mostrar cultura e conhecimento, pode, na verdade, nos expor ao ridículo. Devemos ficar alertas a tais gafes.
A linguagem simples e coerente tem sempre mais efeito que a culta ininteligível. E quando você achar necessário mostrar seu conhecimento utilize palavras sobre as quais tem certeza quanto à pronúncia e ao significado.
[1] Houaiss Eletrônico, versão Monousuário 3.0, 2009. Definição de número 5 da palavra “mito”.
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