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Você sabia que um bom texto, antes de tudo, deve atender às expectativas do autor? É isso mesmo, ele deve ter uma voz autoral. Só depois é que os anseios do leitor poderão ser atendidos. Se assim não fosse, o que seria das roseiras, caso elas tivessem que florir jasmins?

Toda história vem da mente e do coração do autor. Então, ao criá-la, consequentemente é ele quem primeiro a experiencia. Daí, somente se ele tiver gostado é que a história será publicada. Veja! Quantas boas histórias podem ter sido deletadas, muitas das quais amaríamos conhecer? Só seus autores saberiam dizer…

Então, por que lhe dizem por aí que você deve pensar no seu leitor quando estiver escrevendo? Se o próprio autor não for fiel à sua visão, quem mais será? Isso está parecendo confuso para você? Tudo bem, vamos esmiuçar essas ideias.

 

Toda criação artística é uma expressão íntima do autor

 

No início de carreira, um autor ainda está tentando reconhecer a sua voz autoral. Ele talvez já tenha sentido no peito o chamado da pena, todavia não reconheceu ainda o seu legítimo lugar na literatura. Sua única alternativa é, como ocorre em todo início, fazer seus primeiros experimentos. Ele pode ter uma ideia que faz balançar o seu coração; pode ter um insight acerca de um assunto corrente; e pode até mesmo inventar uma história que considere digna de ser contada.

Porém, no momento de escrever suas ideias, insights e histórias, o autor geralmente se depara com a resistência das palavras. Longe de ser considerado uma deficiência, esse fenômeno era comum até para Einstein, conforme já citamos em outro post: “[…] Estes pensamentos não vieram de nenhuma formulação verbal. Raramente penso em palavras. Um pensamento vem e, depois, posso tratar de expressá-lo em palavras.”

 

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Muitos sentimentos e pensamentos raros escorrem pelas mentes e pelos corações dos seres humanos. Entretanto, a missão de reproduzi-los foi dada aos artistas, aos filósofos, aos palestrantes, aos escritores e a todos os que se propõem a romper essas barreiras verbais.

O processo funciona mais ou menos assim: primeiro, a brisa de uma ideia; depois, a visão rarefeita de uma imagem; então, por fim, trazemos essa imagem para fora da nossa cachola. Agora sim, depois de registrado, é que um pensamento (ou sentimento) pode ser compartilhado.

 

Registros verbalizados e não verbalizados da voz autoral

 

O registro de um pensamento (ou sentimento) pode ser feito de duas formas: verbalizado ou não verbalizado. Quando verbalizamos, tentamos trazê-lo para o campo da objetividade. Por outro lado, um registro não verbalizado mantém a ideia do pensamento (ou sentimento) no campo da subjetividade.

Sabemos que a linguagem tem suas limitações. Há pensamentos ou sentimentos que não conseguimos expressar completamente por meio de palavras. Usando a poesia, por exemplo, tentamos superar essas limitações por meio de metáforas, do ritmo e de outros recursos.

 

A voz autoral na pintura

 

Imaginemos uma pintura surrealista, por exemplo. Ela pode expressar muitas coisas ao mesmo tempo. Para ilustrar isso, veja a imagem abaixo, de Salvador Dali:

 

A voz autoral de Salvador Dali

 

O nome dessa imagem é “A persistência da memória”. De maneira geral, a interpretação de uma arte fica a critério do espectador. Porém, se você pesquisar sobre essa imagem, verá que os estudiosos darão interpretações com conceitos da Psicanálise, da Física e de outras áreas características do Surrealismo. Mas, se preferir não pesquisar, talvez a interprete como algo depressivo, psicodélico.

Seria diferente de uma imagem que apresentasse, por exemplo, uma mata em chamas. Todos veriam essa ilustração objetivamente, embora, certamente, os sentimentos pudessem variar de acordo com as experiências de vida de cada espectador.

As pinturas de Salvador Dali carregam, além dos elementos do surrealismo, a sua voz autoral. Ele deixou em cada uma de suas obras algo que pode ser reconhecido facilmente por seus admiradores e estudiosos. É justamente essa voz autoral que, para além de sua assinatura, representa o artista.

 

A voz autoral no texto

 

A voz autoral de Machado de AssisA obra de Machado de Assis passou por duas fases: o Romantismo e o Realismo. Os primeiros sinais de sua voz autoral já podiam ser vistos mesmo em seus primeiros romances mais tradicionais da fase romântica. Eles já apresentam sua atenção aos detalhes psicológicos e a sua capacidade de criar personagens multifacetados. Entretanto, foi a partir do Realismo que sua voz autoral amadureceu.

Foi nesse período que ele produziu obras-primas como Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899). Nessas obras, ele desafiou e subverteu as convenções narrativas e, além disso, explorou com ainda mais profundidade a psicologia e as contradições humanas.

Como se vê, a voz do escritor pode mudar ao longo do tempo à medida que ele evolui como artista e como pessoa. No princípio, a voz autoral do escritor pode estar abafada pelas barreiras interpostas entre o seu interior (autoconhecimento) e o seu ofício (a prática da escrita). Nesse quesito, talvez seja interessante a leitura de um post que escrevemos sobre como funciona o processo de internalização da escrita.

Então, até aqui, já pudemos ver o quão importante é o reconhecimento da própria voz autoral. Ela é a voz da alma do autor, que se eterniza em seus textos, ecoando, vivendo e reverberando na alma do leitor, geração após geração. É essa voz que fará com que o autor escreva sempre um retrato autêntico de sua visão de mundo e, também, do que quer que ele espreite pelas janelas de seu interior.

 

E depois que o livro for escrito, o que fazer?

 

Talvez agora você esteja se perguntando como, na prática, realmente sua voz autoral poderia ser assim tão valiosa. A resposta é simples: a originalidade é uma das mais caras moedas. Em Goiânia, há uma feira de artesanato conhecida como “Feira do Cerrado”. Nela havia uma frase que dizia: “Quanto mais regional, mais internacional”. Isso é aplicável também na literatura.

Não é porque um autor está na moda que todos devem imitá-lo. É justamente o contrário. Ele está na moda porque ele é único. Qualquer música de Zé Ramalho é facilmente identificada por causa da sua voz. Quem quer que tente imitá-lo será apenas uma cópia sem alma.

Há um fenômeno conhecido como “Biophony”, uma combinação de vocalizações e ruídos de animais, insetos e outros seres vivos que criam uma espécie de “assinatura acústica” das regiões florestais. Algumas vezes, a sonorização de tantos animais juntos pode gerar uma cacofonia que dificulta, inclusive, a comunicação entre algumas espécies.

A voz autoral de um escritor é como o canto de um pássaro raro. Ele não tem o canto mais alto nem é o pássaro mais conhecido, mas tem um timbre, um ritmo e uma melodia que o distingue de todos.

Para alcançar os seus potenciais leitores, você precisa conhecer a fundo qual é o melhor lugar para vender — ou compartilhar (Amazon, Wattpad, Google Play Livros) e, também, para divulgar a sua obra com eficácia (anúncios pagos, Instagram, TikTok etc.).

Hoje, para que um escritor seja bem-sucedido, ele deve saber tecer também a sua carreira literária. É fundamental que você procure conhecer a fundo cada uma das plataformas e redes sociais onde pretende vender e divulgar seus livros. Procure também saber como usar com eficácia as técnicas de marketing digital. Se tiver recursos, contrate uma agência de publicidade realmente confiável.

 

Conclusão

 

Estamos chegando ao final de nossa reflexão de hoje. Como vimos, a voz autoral é mais do que uma marca registrada de um escritor; é a alma que pulsa em cada linha, a essência que se entrelaça nas palavras e revela a visão autêntica do autor. Assim como as pinturas de Salvador Dali e as canções de Zé Ramalho, cada voz literária tem um timbre, um ritmo e uma melodia próprios.

No entanto, hoje, quando as vozes são muitas e o barulho é constante, simplesmente ter uma voz autoral não é o suficiente. O escritor contemporâneo deve ser um bom artista e um ótimo estrategista. Ele deve realmente conhecer as plataformas de publicação e as melhores redes sociais para divulgar suas obras — e aplicar com eficácia as táticas do marketing digital. Afinal, de que adianta uma voz distinta se ela não for ouvida?

Agora queremos ouvir a sua voz! Você concorda com a importância da voz autoral? Compartilhe seus pensamentos e experiências na seção de comentários abaixo. Sua contribuição é valiosa para nossa comunidade literária. Além de nós, outros escritores também vão ler a sua opinião. Ah, você gostaria que fizéssemos um post mostrando como divulgar e vender o seu livro? Comente aí! 😉 

Não se esqueça disso: se precisar da ajuda de um revisor profissional, você pode contar com a nossa equipe. Aqui está o nosso WhatsApp: 62 98505-8357. Mande uma mensagem!

 

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