Quais os elementos essenciais da boa escrita? Escrever bons textos é sempre um desafio, pois demanda pelo menos quatro elementos raros e muito valiosos: concentração, visão de mundo, criatividade e inteligência.
As pessoas que sempre estão em destaque são criativas por natureza. Não importa se estão enviando uma mensagem num grupo de WhatsApp, falando entre familiares ou opinando numa reunião de trabalho, elas sempre fazem cada uma dessas coisas com um toque de originalidade e, às vezes, também de imprevisibilidade.
Existe um espaço “virtual” entre aquilo que pensamos e aquilo que escrevemos. Esse espaço é como uma fábrica onde é possível produzir um universo de natureza literária infinitamente maior – ou menor – do que este em que vivemos.
É ali que se reúnem as matérias-primas da concentração, da visão de mundo, da criatividade e da inteligência, além de outros elementos que dão liga aos textos. E é dali que saem os textos comuns, os imprevisíveis, os menos lidos e os mais famosos.
Imaginação e realidade, apesar de antagônicas, podem compor estruturas formidáveis. Como corpo e mente, uma pode sustentar a outra perfeitamente se tudo for contado de maneira inteligente e detalhada. Esse, talvez, seja um bom lema para quem deseja começar a compor textos de romance, conto, ficção. Não se pode deixar a cargo do leitor adivinhar o que não conseguimos descrever, ou melhor, escrever.
A criação do personagem
Dar voz a personagens é também um grande desafio. Exige pesquisa. Podemos criar personagens à vontade, mas eles não são nossos representantes. Ou seja, em alguns momentos eles são como as peças de um jogo de xadrez, com personalidade e atribuições intrínsecas; em outros, podem até ser bipolares, mas jamais podemos quebrar as regras sem que haja coerência ou fim justificável.
A quebra de regra na criação de personagem só é aceitável se tem o aval de uma boa trama – como naqueles filmes policiais em que, no final, descobre-se que o assassino era o único que estava acima de qualquer suspeita.
Quando bem produzida, a escrita é veículo capaz de fazer pessoas viajarem por terrenos palpáveis e imaginários. Usando bem a criatividade podemos produzir cenários imaginários e, com a mágica da inteligência, transportar pessoas ao longo de viagens impressionantes, quiçá com experiências profundas e transformadoras, nas asas da leitura.
Mas o escritor, como gerador de universos literários, precisa planejar bem cada elemento de seu mundo – tão bem quanto o bom arquiteto planeja cada casa e cada prédio do mundo físico.
Cada sinal de pontuação, cada palavra e cada expressão são tijolinhos, paredes e outras estruturas que comporão espaços, casas, árvores, pessoas, animais, nuvens e tudo que deve existir num mundo de natureza literária.
Amamos ver um lindo jardim, daqueles em que inclusive os tamanhos das flores e suas cores estão bem distribuídos, formando um ambiente aconchegante, perfumado, e até encantador para os mais românticos. Na vida real é muito difícil compor um jardim desses, já que é preciso trabalhar duro com a terra, lidar com ferramentas pesadas e aplicar as técnicas de jardinagem.
Já escrevendo, se na imaginação formos capazes de ver um lindo jardim, em devaneio concentrado poderemos transportá-lo para o mundo literário como num passe de mágica!
Graças à imaginação, com pesquisa e algum conhecimento nos tornamos exímios jardineiros, arquitetos, cientistas, super-heróis, anjos, deuses ou o que mais quisermos.
Assim como nos sentimos aconchegados, e até encantados, em certos ambientes, o leitor precisa sentir-se estável enquanto segue pelo mundo que criamos. Do contrário, algo pode fazê-lo sentir-se desinteressado e, por fim, decidido a abandonar a viagem.
O gênero
Para que o leitor seguramente continue viagem no veículo da escrita, algumas técnicas são imprescindíveis. Não é em todo texto que a imaginação vai ser benquista. Há situações que vão exigir pesquisa; outras podem demandar experiências; e outras até podem se valer da mistura equilibrada dessas coisas. Aqui, a inteligência é a mãe.
A escolha do tipo de linguagem é de fundamental importância. É o que chamamos de gênero. É a forma como vamos nos comunicar com o leitor.
Se estamos escrevendo ficção, precisamos criar uma refinada mistura de realidade com imaginação. Uma linha tênue deve costurar harmoniosamente o irreal no real. Só assim o leitor se deixará ser conduzido. Identificado a tal ponto com o texto, enquanto lê acaba se desligando da própria realidade e penetrando em nosso mundo literário.
Mas se estamos escrevendo uma monografia, o contexto muda completamente. Qualquer tipo de imaginação é inconsistente. A linguagem deve ser formal e qualquer afirmação deve estar embasada em autores consagrados ou em pesquisas de campo.
Já se estivermos escrevendo um email para um amigo, ou enviando uma mensagem no WhatsApp, qualquer tipo de formalidade pode lhe soar estranha. Dessa forma, a distinção do gênero na composição de texto é elemento de grande importância.
E qual gênero devemos usar quando estamos escrevendo textos para blog? Formal? Informal? Depende. Este texto por exemplo – que está em nosso blog – possui linguagem mista. Achamos que esse tipo de linguagem talvez fosse a mais interessante para chamar a atenção de quem está interessado em escrever. Será que fomos bem-sucedidos na escolha do gênero?
Enfim, estes foram os elementos essenciais da boa escrita que separamos para este artigo. Esperamos que você tenha gostado das nossas dicas e que possa aproveitá-las.
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Parabéns pela escolha de tema tão momentoso em tempos de Enem!
Ele merece ser desdobrado, é verdade, até para auxílio didático aos estudantes que se submetem a provas de redação.
Deixo o meu abraço fraterno.
Olá, Cláudio! Muito obrigado pelo seu comentário. Ficamos felizes por ele e por ter gostado da escolha do tema. Receba um forte abraço da Equipe da Mundo Escrito!