Chegamos ao 3° episódio da série “Entrevistas com Editoras”. Nossa entrevistada de hoje é a Editora Invicta. Se você ainda não leu os episódios anteriores, aproveite para ler em seguida. São eles: EP 01: Editora DQueiroz e EP 02: Editora Natesha.
Nosso propósito com essas entrevistas é apresentar uma diversidade de opiniões e de experiências advindas do setor editorial. Queremos fornecer aos escritores que nos seguem uma visão abrangente das atuais tendências e das transformações no processo de publicação.
Nossa entrevistada de hoje, a Editora Invicta (site), nasceu em meio à pandemia, emergindo com uma promessa de renovação no cenário editorial, abraçando a missão de democratizar o acesso à literatura e apoiar escritores em suas jornadas. Foca em especial os novos autores e os autores independentes. Vamos à entrevista?
— INÍCIO DA ENTREVISTA —
MUNDO ESCRITO: Como surgiu a ideia de criar a Editora Invicta e qual é a principal missão da editora no mercado literário?
EDITORA INVICTA: Olá, primeiramente! A Invicta surgiu no meio da pandemia. Os planos para a Invicta demoraram a ser colocados em prática no início. Nossa editora-chefe trabalhou em outras editoras antes de ter a ideia da Invicta e, nessas editoras, o trabalho não era 100% fiel ao que prometiam, de modo que acabavam deixando autores de lado. A Ketlin aprendeu muito com eles, e também se entristeceu bastante. Livros com um potencial incrível acabaram sendo deixados de lado nessas editoras. E autores com uma capacidade além do esperado acabaram tendo que pagar rios de dinheiro para uma publicação em editora pequena. A Invicta nasceu no mercado para reduzir esses valores; para mostrar que temos qualidade e que não cobramos caro, que temos comprometimento com os livros e com os autores, e não apenas com as vendas. Nossa missão é tornar a literatura acessível e divertida, incentivar novas pessoas a ler e a escrever, a colocar seus sentimentos no papel; estamos criando projetos para isso.
ME: De que maneira a Editora Invicta apoia escritores iniciantes e independentes na publicação de suas obras?
EI: Fizemos, no ano de 2023, uma antologia “Sobre todas as coisas que não digo em voz alta”, um título enorme, percebemos. Mas foi uma antologia poética e, com cada página, deu-se um sentimento novo. A antologia foi composta por autores novos e, também, por autores já conhecidos. Alguns destes até já estavam quase desistindo de escrever. Foi uma primeira experiência incrível. Tivemos 143 autores, e tudo correu muito bem. A maioria era nova e descobriu como crescer nas redes. A ideia da antologia foi vista por conta da poesia em si, que se tornou desvalorizada naquele ano. Alguns autores não têm 100 poemas para publicar em um livro solo, ou mesmo o dinheiro para arcar com uma publicação solo. Assim, engavetavam seus poemas. A Invicta se aprimorou nisso e viu um resultado magnífico. Vários autores contaram suas histórias, se reuniram e se tornaram uma explosão de sentimentos. Foi um livro que chegou ao número de mil exemplares vendidos. E assim seguimos. Temos mais de 200 autores de poesia que publicaram conosco e que falam bem da Invicta para quem conhecem.
ME: Quais critérios são utilizados pela editora na seleção de manuscritos para publicação?
EI: Estamos nos envolvendo no gênero da poesia, bem como nos gêneros romance e aventura. Por enquanto, nosso público maior é o de romance e o de poesia. Avaliamos os textos, o nosso público, a estrutura da história, a composição dos personagens, a escrita e até o autor. Nós também avaliamos os mínimos detalhes que o autor pensa que deixamos passar. Temos profissionais que avaliam a parte crítica da história; alguns fazem anotações; e conversamos com o autor sobre esses pontos importantes. Gostamos de um livro bonito, tanto visualmente belo, quanto com uma bela escrita. Trabalhamos muito com prazos e queremos que o autor se torne parte da Invicta. Não somos só mais uma editora; dedicamo-nos a melhorar todos os dias, e nossos autores da casa se comprometem conosco, do mesmo jeito que vamos fazer tudo por eles.
ME: Quais são os principais diferenciais da Editora Invicta em comparação com outras editoras no mercado?
EI: Sempre gostamos de dizer que temos um atendimento 24h. Além de nosso total comprometimento com o autor, tentamos entender o que fica melhor para o escritor e o que pode ser feito para melhorar a parceria. Os contratos são personalizados de acordo com a necessidade de cada um, sempre conversando e explicando o que ficaria melhor ou o que poderia ser feito. A presença do autor na parte editorial é essencial. Ele conversa diretamente com os profissionais e diz como gostaria de que seu livro fosse. É claro que, como profissionais, vamos auxiliar no que fica melhor e no que vende no mercado. Sempre cabe ao autor nos dizer se está tudo bem por ele, ou se prefere do seu próprio jeito. Até então, nunca tivemos problema, sempre foi tudo muito humanizado, com atenção e cuidado. Ficamos felizes que o pessoal se sinta em casa conosco.
ME: Como a editora aborda o marketing e a distribuição dos livros para alcançar um público mais amplo?
EI: Este é um assunto interessante. Investimos muito em marketing. Temos uma equipe de 70 parceiros literários que leem os livros novos em lançamento e os divulgam durante três semanas completas, para que o leitor sinta que tem muita gente comentando sobre a obra. Isso levanta um gatilho e a necessidade de compra. Além do engajamento pago, contamos com um profissional que avalia perfis e publicidade para nos ajudar a desenvolver as postagens de lançamento. Nossa distribuição de livros ocorre por meio digital por enquanto, mas a Invicta já começou a organizar sua gestão e distribuição para colocar os livros no mercado físico. Temos contato com 6 livrarias que se interessam em colocar nossos livros em suas lojas e estamos procurando mais algumas para que consigamos expandir essa parte de logística.
ME: Quais são os planos e objetivos da Editora Invicta para os próximos anos no mercado editorial?
EI: Temos nos aproximado muito dos poetas. No início, pensamos em ser uma editora popular de livros de romance e fantasia, o padrão da literatura pop. Entretanto, vimos uma oportunidade de colocar uma antologia poética no nosso catálogo e, em nosso primeiro livro, tivemos 145 autores conosco; assim, o público da poesia se expandiu: uns foram conversando com os outros e, no fim, desses 145, tivemos 3 pensando em publicar seu livro físico solo de poesia. Isso ocorreu em outra antologia: mais autores tiveram o interesse em publicar um livro solo, e acabamos aumentando o catálogo para poesia, crônica e prosa. Pensamos ainda em expandir para o romance, porém estamos indo com calma. Temos um público incrível de poetas e queremos valorizá-lo mais, embora os planos para outros gêneros estejam sempre pertinho da gente.
ME: Para escritores que estão buscando publicar seu primeiro livro, quais são os passos iniciais recomendados pela Editora Invicta?
EI: Existe aquela frase: “o não a gente já tem. Precisamos ir atrás do sim”. Diríamos que o negócio é se arriscar. Pesquisar é fundamental. Assim como começamos a escrever, como começamos a ler mais e, desse modo, passamos a desenvolver melhor nossa escrita, para o mundo literário também é necessário fazer pesquisas. Conhecer algumas pessoas, se envolver mais e descobrir os “macetes” desse universo. Sabemos que editoras grandes focam em livros e em autores populares; por isso, um autor iniciante pode começar fazendo seu nome, pode começar fazendo contatos, conhecendo outros autores e tudo mais. É um trabalho que leva tempo, mas todos que estão hoje onde estão não começaram sabendo; o processo foi difícil e complicado para todos. Mas valeu a pena. Sugerimos que os escritores que estejam buscando publicar seu primeiro livro procurem editoras que façam parte do seu nicho. Algumas editoras são de ficção; se você escreve não ficção, saiba que seu lugar não é lá. Aproxime-se do mundo editorial, e ele vai se aproximar de você.
ME: Como a Editora Invicta apoia autores independentes que já têm experiência em publicação, mas buscam uma parceria editorial?
EI: Como falamos anteriormente, investimos muito em divulgação. E alguns autores que já publicaram independentemente sabem que precisam divulgar e se arriscar no mundo editorial para conseguir uma venda maior de seus livros. Pensamos muito em fazer parcerias com autores que já são conhecidos, aqueles que já têm seus livros publicados — isso é viável para a editora e para o autor, pois o marketing e a distribuição alcançam um público enorme. O autor precisa de uma editora para ter “uma casa”, e a editora precisa de um autor para ter o “seu conhecimento”. Somos uma boa equipe trabalhando junto, mas isso envolve até autores novos. Envolve colocá-los nesse mundo e apresentá-los para esse novo universo. Como um time.
ME: Quais são os maiores desafios que os autores enfrentam no mercado editorial atual e como a Editora Invicta ajuda a superá-los?
EI: Algumas pessoas dizem que o mercado editorial é uma portinha estreita pela qual é muito difícil de passar. De certa forma, concordamos. Às vezes, sozinhos, precisamos aprender muitas coisas que, se alguém, um dia, tivesse nos dito, teria tornado o caminho mais simples e mais fácil. Existe muita “individualidade” nesse meio, e, quando corremos sozinhos, como autores independentes, temos a desvantagem de não termos uma mãozinha extra. Essa mãozinha seria uma editora. Ela sabe como funciona o mercado, o que está em alta e como fazer para melhorar o desempenho de seu livro, seja divulgando para as pessoas certas, seja entrando em contato com pessoas importantes. A editora, além de estar fazendo a parte editorial, desempenha um papel muito importante, que é o dos contatos e o da assessoria. Sabemos que os livros físicos diminuíram muito, que as vendas caíram absurdamente, mas, nesse mercado, porcentagens são apenas números. O mercado editorial tem baixas, mas algumas pessoas só focam nelas, não lembram que as altas ficam por mais tempo, que o esforço tem sua recompensa e que, se é seu sonho, você precisa fazer acontecer.
ME: Como a Editora Invicta orienta os autores sobre direitos autorais e estratégias para maximizar a lucratividade de suas obras?
EI: Apresentamos tudo com a maior clareza. Eles entram em contato via WhatsApp, informalmente, diretamente com a editora-chefe, e podem tirar suas dúvidas. Explicamos seriamente tudo o que acontece na produção editorial, seus direitos autorais e as estratégias que devem ser adotadas. Planejamos por semanas a divulgação para que seja corretamente apresentável e começamos a entrar em contato com os parceiros. Explicamos sobre a apresentação aos autores a fim de que façam essa tarefa apropriadamente quando forem divulgar o livro em seus perfis, para o seu público. Além disso, fazemos uma breve assessoria sobre vendas. Até então, alguns dos autores têm optado por deixar tudo pela editora, sem se preocupar com sua parte de divulgação ou vendas. Então, apenas recebem seus royalties. A editora oferece até 50 livros para que o autor os venda por conta própria, caso deseje.
— FINAL DA ENTREVISTA —
Esperamos que esta entrevista com a Editora Invicta lhe tenha proporcionado um olhar mais profundo sobre os desafios e as inovadoras estratégias no mundo editorial, refletindo o compromisso e a paixão pela literatura e pelo suporte aos autores. Queremos trazer mais entrevistas no futuro, explorando os diferentes aspectos do universo literário. Caso tenha perguntas ou tópicos de seu interesse, por favor, compartilhe aí nos comentários. Proponha a sua pergunta e exponha a sua curiosidade! Isso irá nos guiar na seleção de novos conteúdos ainda mais relevantes. Obrigado pelas possíveis perguntas e agradecemos por ter nos acompanhado até aqui!
Eu conheci a Editora Invicta há Dois anos e posso dizer com todas as letras que sou apaixonada pelo trabalho e dedicação que eles tem, tanto com o autor, quanto com o leitor! Uma equipe incrível
Amei poder conhecer um pouquinho mais deles por aqui.
Oi, Maria Cecília! Que bom saber que você conhece o trabalho da Invicta. Cada feedback é importante para nós. Antes de fazermos a entrevista com uma editora, geralmente recebemos a indicação de algum autor ou colaborador. Além disso, pesquisamos o perfil público da editora para vermos se, de fato, vale a pena compartilharmos um bate-papo que seja interessante para o que temos em comum: o leitor e o autor. Obrigado pelo seu comentário! Você já viu as entrevistas com as outras editoras? Gostaríamos de saber o que você pensa sobre elas também!