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Se você é daqueles que acham que o uso da vírgula só é necessário em casos de pausa ou de enumeração, talvez seja a hora de dar uma relembrada nas regras para saber mais sobre o assunto. Mas não se preocupe, este artigo está aqui para isso!

Tendo como base que esse tipo de pontuação gera diversas dúvidas, decidimos fazer um apanhado geral para ajudar você nessa retomada de pontos relevantes. Assim, o primeiro deles é entender as funções básicas da vírgula.

Você sabia que, além de ela marcar pausas e de ajudar na separação de itens elencados, a vírgula também serve para enfatizar alguma coisa, para separar orações e para deixar de lado as ambiguidades?

Pois é. Ela pode desempenhar um papel fundamental algumas vezes. Por exemplo, nas frases a seguir, se nós a retirarmos, temos sentidos completamente opostos.

 

Não vai ter guerra!

Não, vai ter guerra!

 

Então, deu para ver que ela é extremamente importante, não é mesmo? Por isso, estar por dentro de suas aplicações pode fazer toda a diferença na hora de escrever.

 

Quando o uso da vírgula é obrigatório

Em algumas ocasiões, o uso da vírgula não tem escapatória. Os seguintes casos são exemplos disso.

 

Oração com adjunto adverbial deslocado

Se a oração não estiver na ordem direta (sujeito – verbo – complemento – adjunto adverbial), é necessário usar a vírgula.

 

Por exemplo:

 

A estudante fez a prova com muita atenção.

 

A estudante fez, com muita atenção, a prova.

 

Expressões explicativas

Expressões como “por exemplo”, “ou seja”, “isto é”, “além disso”, “ou melhor”, “inclusive” e “aliás” devem ser utilizadas entre vírgulas.

 

Por exemplo:

Estava pronta para sair, inclusive, já tinha terminado todo o trabalho.

 

Não sabia o que fazer, ou melhor, estava completamente perdida.

Aposto

Sempre que tiver um aposto na oração, a vírgula também não pode ser esquecida.

 

Por exemplo:

 

Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros, implantou o Realismo na literatura.

 

Um dos maiores escritores brasileiros, Machado de Assis implantou o Realismo na literatura.

Advérbio de tempo e lugar

Nas datas, separam-se tempo e localidade por meio da vírgula.

 

Por exemplo:

 

Segunda-feira, 11 de maio de 2020.

 

São Paulo, 19 de novembro de 1998.

Orações coordenadas sindéticas começadas com conjunções adversativas, explicativas, alternativas ou conclusivas

A vírgula também é necessária nas orações coordenadas sindéticas.

 

Por exemplo:

 

Não estou seguro com essa decisão, pois tive que agir em pouco tempo.

 

Vivia na cidade, porém passava alguns dias no campo.

Omissão do verbo

Quando o verbo de uma oração anterior é omitido, essa ausência fica marcada pelo uso da vírgula.

 

Por exemplo:

 

Ana acorda todos os dias por volta das 6h; aos domingos, às 10h.

 

Quando o uso da vírgula não é obrigatório

Em algumas circunstâncias, o emprego da vírgula acaba sendo facultativo. Ele não é obrigatório, por exemplo, quando o adjunto adverbial for um advérbio e estiver no início ou no meio da frase.

 

Por exemplo:

 

Hoje, terminamos um ciclo.

Hoje terminamos um ciclo.

 

Quando o uso da vírgula tem a função de dar mais ênfase

A vírgula também pode servir para enfatizar alguma coisa. Isso ocorre, principalmente, quando se utiliza a repetição, ou até mesmo quando existe a intenção de ressaltar alguma palavra ou ideia.

 

Por exemplo:

“E zumbia, e voava, e voava, e zumbia.” (a figura de linguagem que expressa essa repetição enfática é o polissíndeto, lembra?)

Estudaram bastante e, consequentemente, tiveram um bom desempenho.

Exigiram, principalmente, respeito e igualdade de direitos.

 

Reordenação e clareza com a vírgula

Às vezes, a reordenação na frase também pode impactar no uso da vírgula.

 

Orações adverbiais deslocadas

Quando as orações adverbiais aparecem antes da oração principal, a vírgula é necessária. Do contrário, nada de colocar vírgula, ok?

 

Por exemplo:

 

O professor se retirou quando o aluno entrou na sala.
Quando o aluno entrou na sala, o professor se retirou.

O governo mudou a estratégia para evitar qualquer tipo de confronto.
Para evitar qualquer tipo de confronto, o governo mudou a estratégia.

Tenha em mente o seguinte: a clareza deve ser sempre buscada para não comprometer o entendimento de quem está lendo o texto. Por isso, é preciso cuidado na hora de fazer alguns deslocamentos, certo?

Erros comuns no uso da vírgula

 

Sujeito e predicado

Na Língua Portuguesa, a ordem de uma frase é: sujeito, verbo e complemento. Entretanto, muita gente por aí se esquece dessa regra e acaba separando sujeito e predicado por vírgula.

 

Forma incorreta:

A secretaria de assuntos institucionais, assegurou que os alunos não serão afetados.

 

Forma correta:

A secretaria de assuntos institucionais assegurou que os alunos não serão afetados.

 

Entretanto, alguns gramáticos ainda não entraram em consenso sobre o uso da vírgula para separar o sujeito oracional do predicado. Por isso, construções como as seguintes podem ser aceitas com e sem vírgula no português moderno.

 

Quem ama, cuida.
ou
Quem ama cuida.

 

Quem não sabe, aprende.
ou
Quem não sabe aprende.

 

Vocativo

Na hora de escrever uma mensagem para outra pessoa, muitas pessoas se esquecem e não inserem a vírgula depois do vocativo. Ou seja, acabam cometendo o erro a seguir.

 

Forma incorreta:

 

Oi Maria! Tudo bem?
Boa tarde João! Podemos marcar nossa reunião?

 

Forma correta:

 

Oi, Maria! Tudo bem?
Boa tarde, João! Podemos marcar nossa reunião?

 

Sujeitos diferentes

Outro erro comum no uso da vírgula é quando se inicia uma oração adversativa. Muita gente se esquece de que ela é necessária quando estamos falando de dois sujeitos diferentes.

 

Forma incorreta:

 

Eu estava fazendo o trabalho e ele não respeitou as exigências do acordo inicial.

 

Forma correta:

 

Eu estava fazendo o trabalho, e ele não respeitou as exigências do acordo inicial.

 

Orações adjetivas explicativas

Por fim, as orações adjetivas também costumam confundir bastante as pessoas. Assim, é preciso lembrar que elas podem ser explicativas (exigindo vírgulas) e restritivas (quando não há vírgulas). Dessa forma, elas apresentam sentidos diferentes.

 

Os pesquisadores, que são céticos, costumam ignorar alguns fatores externos.

– ou seja, todos os pesquisadores são céticos

 

Os pesquisadores que são céticos costumam ignorar alguns fatores externos.

– ou seja, nem todos os pesquisadores são céticos

 

E então, viu como muita gente por aí ainda comete alguns deslizes na hora de usar a vírgula? E você? Como andam os seus conhecimentos sobre essa pontuação tão cheia de particularidades e que pode mudar o sentido de uma frase?

 

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