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Na hora de contratar os serviços de um profissional do texto, é muito comum que dúvidas ocorram no que diz respeito aos termos técnicos da área. Um dos principais questionamentos é em relação ao termo preparação de texto. Afinal, em que consiste exatamente o serviço de preparação de texto, também chamado de copidesque? Você saberia dizer?

A preparação de texto, ou copidesque, é a primeira etapa do processo de publicação de um livro, vindo antes, por exemplo, da revisão e da diagramação. É na preparação de textos que ocorrerá o primeiro contato do seu manuscrito com um profissional capacitado para corrigir uma série de problemas referentes à escrita.

Durante esse processo, o profissional irá, além de corrigir eventuais erros ortográficos e gramaticais, atentar-se a algumas questões fundamentais a fim de garantir a clareza e o ritmo da narrativa. Vejamos, então, algumas dessas questões em que o preparador de texto essencialmente deve focar:

 

1. Problemas de coerência

 

Em um original, não é raro que autores cometam, ao longo do texto, principalmente em se tratando de obras muito longas, alguns erros de coerência. Por exemplo, suponhamos que, no início de uma narrativa, o autor tenha mencionado que uma determinada personagem nunca havia frequentado a escola; no entanto, ao final da narrativa, o autor menciona que essa mesma determinada personagem leu uma mensagem qualquer. Não é algo que, em tese, soa incoerente? Logo, é papel do preparador de texto apontar, em um balão de comentário, essa incoerência para o autor, a fim de que ele ou elimine o trecho em que a personagem leu a mensagem, ou, então, arranje uma maneira de justificar, em algum momento da narrativa, como, mesmo sem ter frequentado a escola, a personagem em questão aprendeu a ler.

Um outro erro de coerência também muito comum e que deve ser apontado e, se possível, corrigido pelo preparador de texto é quando algum trecho da narrativa, de maneira não proposital, acaba não fazendo muito sentido, embora não esteja necessariamente errado. Por exemplo, suponhamos que uma determinada personagem estivesse sentada em um banco na orla da praia e, em seguida, tivesse se levantado e ido se sentar na areia da praia. Não que isso seja impossível de acontecer, mas será que faz algum sentido, ou até alguma diferença, dentro do enredo? A menos que se tenha uma justificativa muito forte para essa atitude e a menos que essa justificativa esteja explícita na trama — como, por exemplo, a personagem ter se lembrado de como passava horas sentada na areia da praia olhando as ondas do mar junto de um antigo namorado por quem ainda é apaixonada —, o preparador entenderá que a atitude da personagem no que concerne à mudança de lugar na praia para admirar o mar não passa de um trecho supérfluo e até incoerente, que demonstra amadorismo na escrita do autor.

 

2. Problemas de coesão

 

Erros de coesão são, provavelmente, os que mais são cometidos por autores, experientes ou não, durante o processo de escrita de um texto, seja este literário ou não literário. Em geral, os problemas de coesão são ocasionados por dois motivos diferentes: falta de conhecimento suficiente do autor em relação aos mecanismos coesivos da Língua Portuguesa para concatenar frases ou períodos muito longos, de sorte que se incorporem  devidamente uns aos outros; ou falta de atenção do autor, que, no calor do momento, escreveu o trecho nada coeso e que, por algum motivo, não o releu posteriormente — e, se o fez, não deu tempo o bastante para se distanciar do que havia escrito, a ponto de poder olhar para a própria escrita de modo mais analítico, menos passional.

O trabalho do preparador de texto será identificar o trecho em que faltou coesão e, então, propor uma ou mais alternativas para corrigi-lo. Nem sempre a tarefa é fácil — tornando-se mais complexa à medida que o tamanho do trecho sem coesão for maior —, e essa reflexão quanto à reestruturação apropriada pode levar alguns bons minutos, pois o preparador terá de, primeiro, compreender qual era a mensagem exata que o autor tentou passar e, depois, apropriar-se dos recursos linguísticos de que dispõe para, só então, organizar as frases ou períodos de maneira adequada, seja os pontuando, seja fazendo uso de determinadas conjunções ou locuções conjuntivas para o encadeamento do trecho sem coesão.

 

3. Problemas de ambiguidade e de repetições

 

Uma outra questão à qual o profissional do texto deve se atentar durante a preparação de um original é a da ambiguidade não proposital. Ambiguidades são, grosso modo, elementos dentro de frases os quais tendem a levar a uma dupla interpretação. Quando esse duplo sentido não é pretendido pelo autor, pode acabar provocando algum tipo de confusão no leitor, o que entregaria certo amadorismo na escrita — diferentemente do que aconteceria no caso de essa ambiguidade ser proposital, como em uma piada de duplo sentido bem-pensada e organicamente incluída na narrativa.

Vejamos, por exemplo, a seguinte frase: “Ana olhou Maria com os óculos”. Ao lermos a frase, não sabemos se quem estava usando os óculos era Ana ou se, ao contrário, era Maria. Uma vez identificado o problema, o profissional do texto irá, na preparação, sugerir maneiras de desfazer a ambiguidade, propondo alternativas de remodelações da frase (tanto propondo uma alternativa em que Ana é quem está usando os óculos, quanto propondo uma alternativa em que Maria é quem está usando os óculos, de modo que o autor possa decidir, a partir da sua ideia original, qual frase faz sentido na narrativa).

Além disso, na preparação de texto, o profissional ficará em alerta para identificar e, sempre que possível, eliminar repetições desnecessárias de palavras ou de locuções muito perto umas das outras, substituindo-as por sinônimos ou propondo alternativas, em balões de comentário, para se reestruturar o trecho, de modo que as repetições sem motivo sejam evitadas. Um bom profissional do texto saberá quando deve ou não interferir, inclusive em se tratando de repetições, sabendo, portanto, perceber quando tais repetições são essenciais para o texto — como em certos poemas, por exemplo — ou mesmo quando, ainda que estejam presentes, não prejudicam o ritmo ou a fluidez da narrativa.

 

4. Problemas de ritmo e de fluidez

 

Também é comum, em textos literários, que alguns trechos — tanto narrativos quanto descritivos —, mesmo sem apresentar quaisquer problemas de coerência, de coesão, de ambiguidade ou de repetições, ainda assim careçam de ritmo e de fluidez apropriados. O trabalho de preparação de texto, ou copidesque, é essencial para garantir que o ritmo da narrativa seja mantido de acordo com as pretensões do autor — isto é, por exemplo, mais lento em momentos de suspense, mais rápido em momentos de ação —, bem como para assegurar que a fluidez na escrita seja sempre mantida, a fim de não cansar ou entediar o leitor.

Um profissional do texto capacitado irá, quando necessário, modificar os tempos verbais à proporção que uma determinada cena se desenrola dentro da narrativa, ou, então, alterar as formas nominais do verbo em um mesmo trecho narrativo ou descritivo, de maneira que este adquira uma maior fluidez. Ademais, na preparação de texto, com frequência trechos serão reestruturados, mantendo-se o sentido pretendido pelo autor, com diferentes mecanismos de coesão sendo utilizados a cada período — ainda que não tenha necessariamente um problema de coesão —, sempre que isso for necessário para dar ritmo e proporcionar fluidez à escrita.

 

5. Preparação de texto é diferente de revisão textual

 

Os problemas elencados acima, somados à checagem de informações do texto, sempre que necessário e possível for, e à reestruturação de trechos vagos na narrativa são apenas algumas das principais atribuições de um profissional que trabalha com preparação de textos, ou copidesque.

Evidentemente, as questões gramaticais e ortográficas não serão deixadas de lado, mas, em uma primeira revisão, logo quando o texto chega “cru”, sem um trabalho prévio de lapidação, não é impossível que alguns desses problemas “passem batido” pelo preparador, que estará lidando com problemas estruturais do texto — portanto, problemas muito maiores e mais comprometedores.

Assim, o trabalho de preparação de texto não exclui a necessidade de um trabalho de revisão textual. Tudo, no entanto, irá depender de como o texto chegará às mãos do preparador, de quão modificado esse texto terá de ser. Via de regra, para um resultado satisfatório, antes de ser publicado, um original precisa passar, pelo menos, por uma etapa de preparação de texto, ou copidesque, e por uma etapa de revisão textual — isto é, precisa ser lido, pelo menos, duas vezes por um profissional do texto especializado, a fim de limar todo e qualquer erro, de sorte que a qualidade do produto, no que diz respeito à escrita (sempre respeitando o estilo do autor), seja garantida.

Torne o seu texto ainda mais digno de ser lido contratando o nosso serviço de Preparação de Texto! Nossa equipe tem a expertise para garantir coerência, clareza e fluidez ao seu texto, seja ele literário ou acadêmico, elevando a qualidade do seu conteúdo com um olhar minucioso e profissional, assegurando que o seu leitor tenha uma leitura envolvente e prazerosa. Contate-nos para saber mais sobre como funciona o nosso serviço.

 

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