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Há alguns recursos que podem ser usados em diversos tipos de textos para tornar a mensagem ainda mais clara, objetiva e explicativa. Por isso, neste post, vamos apresentar algumas técnicas jornalísticas de redação que são válidas para todas as pessoas que produzem textos.

Além disso, queremos auxiliar os redatores que, na maioria das vezes, encontram desafios como: a delimitação do espaço de texto em algumas plataformas (anúncios, Twitter, mensagem de WhatsApp, entre outros) e o escasso tempo para escrever.

 

Técnicas jornalísticas na construção da notícia

 

A notícia é considerada como a unidade básica de informação do jornalismo. Tradicionalmente, ela é redigida em forma de pirâmide invertida e começa com um lead. Na técnica da pirâmide invertida, a notícia é redigida em ordem decrescente de importância. Ou seja, a informação mais importante está no primeiro parágrafo.

O lead (ou “lide”) corresponde ao primeiro parágrafo da notícia, em que devem estar presentes as informações essenciais do fato noticiado. Dessa forma, o trecho deve responder às perguntas básicas: o quê, quando, onde, como e por quê.  A indicação é que o redator vá direto ao assunto, sem introduções ou detalhes excessivos.

Assim, com a leitura do primeiro parágrafo, o leitor já está basicamente informado sobre o assunto. Há vários motivos para essa escolha: muitos, por falta de tempo ou hábito de leitura, só leem o começo de cada matéria.

Também, na diagramação do jornal, é comum que se corte o final de um texto por questão de espaço – dessa forma, garante-se que as informações principais sejam publicadas. Além disso, é uma maneira de captar a atenção, informar e impactar o leitor já no começo do texto.

 

Algumas técnicas de redação jornalística

 

A rotina nas redações é frenética. Depois de aprovada a pauta e apuradas as informações, chega o momento de redigir o texto. O espaço que a matéria vai ocupar na página geralmente é pré-determinado, por isso é preciso exercitar a concisão e passar o máximo de informação, usando o mínimo de caracteres possível. A exigência é que o texto esteja pronto no momento combinado com o editor, que revisa horas antes do fechamento do jornal.

Por essa razão, quando o assunto é produção textual, os jornalistas – mestres em cortar palavras, que diariamente correm contra os minutos para transformar a atualidade em notícia – podem trazer preciosas contribuições.

 

Algumas técnicas de redação jornalística

Características do texto jornalístico

 

O texto jornalístico tem suas próprias peculiaridades, de acordo com a função do jornalismo, de promover a compreensão do tempo presente. Segundo Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari, no livro O Texto nos Meios de Comunicação: Técnicas de Redação, as qualidades do texto jornalístico são:

 

– clareza;

– concisão;

– densidade (fazer com que cada palavra esteja cheia de sentido);

– simplicidade;

– exatidão;

– precisão;

– naturalidade;

– variedade (diversificação expressiva);

– ritmo;

– brevidade.

 

Além de tais características, a narração é feita em terceira pessoa (salvo raras exceções, como, por exemplo, quando o repórter é testemunha ou participa do fato). Assim, facilita-se o alcance da objetividade.

Pela mesma razão, o redator também escolhe substantivos e verbos, evitando adjetivos e expressões vagas ou subjetivas.  Por exemplo, em vez de escrever: “é um edifício alto”, o texto se torna mais exato ao afirmar: “é um edifício de 33 andares”.

Ao substituir adjetivos por informações objetivas, o texto se torna mais preciso e informativo. Além disso, permite-se que o receptor faça sua própria avaliação. Dessa forma, a frase “O senador recebe um rico salário” fica melhor quando é reescrita da seguinte forma: “O senador recebe o salário bruto de R$ 33.763,00”.

O enunciado deve ser o mais referencial possível, elencando itens como, por exemplo, a hora exata do atropelamento, a placa do carro, o nome do autor ou da vítima. Quanto mais dados concretos, maior o efeito de realidade e a verossimilhança do relato.

 

Linguagem acessível e clareza

 

Quem escreve deve estar sempre atento ao seu público. Geralmente, leitores de jornal constituem um público heterogêneo. Isso faz com que o redator tenha que escrever de maneira acessível a diferentes níveis de compreensão, sem dar margem a interpretações dúbias.

Em outros termos, a linguagem do jornalismo está entre a culta e a coloquial. Assim, devem-se evitar palavras rebuscadas, gírias, jargões e expressões pouco utilizadas na língua corrente. 

 

Ordem direta

 

Outra sugestão para aumentar a clareza da notícia, muito recomendada pelos manuais de redação jornalística, é utilizar o verbo na voz ativa e construir a frase em ordem direta: sujeito + verbo + complemento.

Por exemplo, a manchete: “Em denúncias de crimes online, aumento de 1.600% é registrado no Brasil” deve ser editada da seguinte maneira: “Brasil registra aumento de 1.600% em denúncias de crimes online”, como foi publicada em matéria do site Canaltech.

 

SUJEITO VERBO COMPLEMENTO
Brasil registra aumento […].

 

Economia combinatória

 

Também é importante ficar atento para cortar redundâncias e, assim, ganhar espaço. Para isso, a economia combinatória é muito utilizada, isto é, substituem-se expressões extensas por palavras mais efetivas, informando o máximo com o mínimo de caracteres. Por exemplo, substituir: “os jovens que se propuseram ao exercício da profissão de advogado” por “os jovens que exerceram a advocacia”, ou ainda melhor, “os jovens que advogaram”.

 

Parâmetros numéricos

 

Outro ponto abordado nos manuais é a compreensão de medidas, as avaliações numéricas. O parâmetro deve sempre estar ao alcance do entendimento do público, como, por exemplo, nesta manchete do site G1: “Fogo destrói área equivalente a 100 campos de futebol em MT”. O jornalismo usa muito esse tipo de comparação, pois, em hectares, o leitor dificilmente teria a dimensão do dano causado pelo incêndio.

Caso queira aprofundar seus conhecimentos sobre a riqueza do texto jornalístico e as técnicas de redação, recomendamos a leitura dos livros: O Texto nos Meios de Comunicação: Técnicas de Redação, de Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari, e Linguagem Jornalística, de Nilson Lage.

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